8.12.06
quando você voltar aqui, eu não estarei mais. terei mudado de penteado. de roupa. não serei mais o teu. porque, afinal das contas, meu bem, eu nunca fui.
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14.11.06
ando descalço. os cacos de vidro não me machucam mais. impenetrável. meu superpoder é que não ligo a mínima. para os anunciantes de produtos de emagrecimentos. para spams obscenos. para velhinhas de cabelos roxos. para nada. nem para você. com seus beijos que me sangram a gengiva. e que me fazem pedir mais.
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13.9.06
eu sou prisioneira do teu cheiro. agridoce. quente. me acompanha em minhas fugas. patéticas. não há chance. sem escapatória. sem volta.
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11.9.06
eu pensei. em abandonar o carro no meio da estrada. voltar. sentir o sol me apaziguando. correr. me submeter a algum tipo de esperança. redenção. mas não. eu caminho pelos meus próprios tropeços. sem volta. sem paz. sem você.
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22.8.06
eu não tenho mais destino. mais casa. vago por aí roubando sonhos de estranhos. migalhas de ficção alheia. flutuo na imensidão do outro. nada mais. fantasma da minha própria inconstância.
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1.8.06
exilado. em algum canto esquecido. do mundo. de mim mesmo. sobrevivendo de remessas de comida enlatada. e de vinho branco barato. observando o mundo por lentes rachadas. escuto minha voz e parece uma transmissão antiga de uma rádio am. estática. não há nada mais aqui. nem ninguém. o vento carrega uma folha. desapareço.
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2.7.06
eu tiro uma foto. mas não adianta. o momento se foi. o seu olhar não é mais aquele. tento guardá-lo. instante. delírio. pausa. finito.
mas ainda preso a mim.
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